terça-feira, 18 de novembro de 2008

Eu e Renato, Renato e eu.

“Sempre precisei, de um pouco de atenção”. Considero Renato Russo um dos grandes poetas da contemporaneidade. A minha identificação com a forma dele descrever as sensações é muito grande. Fora o fato de ter sido “tão jovem” no período em que a Legião Urbana fazia sucesso, existe mesmo uma empatia que mantenho até hoje com as canções da banda. Existe uma questão que sempre penso porque é muito presente no nosso dia, ao menos no meu, que o fato de tentarmos nos ajustar. Essa obrigação de ser normal, de estar dentro do padrão. O problema é que esse padrão não é uma média, são conceitos tirados não de onde por nem sei quem. E eu que “acho que não sei quem sou só sei do que não gosto”, não sei como conviver com essa “normose”, esse ajustamento forçado, estereotipado. Não somos massa de modelar, nem líquidos. Mas, é um fato. E contra fatos, só argumentos. O meu argumento é: ninguém precisa me engolir, basta virar a página. Continuo acima do peso, gostando de comer pão com feijão, ouvindo axé e Pearl Jam e achando alguns dias “tão estranhos”. Se para os outros “o que é demais nunca é o bastante”, para mim o que é demais geralmente sobra. Às vezes passo por apertos, mas quando “sinto a poeira se escondendo pelos cantos” ligo o aspirador e vou em frente.